Os crimes de homicídio cresceram 17,9% em Natal e 13,8% na região metropolitana da capital potiguar. Em Mossoró, na região Oeste do estado, os casos de homicídio diminuíram 39,7%, de acordo com dados oficiais da Subcoordenadoria de Estatística e Análise Criminal da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) do Rio Grande do Norte. O resultado compara os crimes registrados pela Polícia Militar entre 1º de janeiro e 26 de novembro deste ano com igual período de 2011.
Os números foram repassados com exclusividade ao G1 na manhã desta quinta-feira (29). As estatísticas, contudo, não incluem os homicídios nos últimos dois dias, quando foram registrados, também segundo a Polícia Militar, quatro mortes em Natal e um em Mossoró. Apesar de divulgar as informações, a Sesed preferiu não comentar a avaliação. Procurado pela reportagem, o secretário Aldair da Rocha não retornou as ligações.
Homicídios na Grande Natal, segundo a PM, no período de 1º de janeiro a 26 de novembro (2011 e 2012) | |||||
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Municípios | 2011 | 2012 | |||
Natal | 263 | 310 | |||
Parnamirim | 57 | 61 | |||
Macaíba | 27 | 27 | |||
São Gonçalo do Amarante | 40 | 38 | |||
Nísia Floresta | 12 | 12 | |||
Extremoz | 6 | 28 | |||
Ceará-Mirim | 21 | 19 | |||
Monte Alegre | 3 | 1 | |||
Vera Cruz | 1 | 4 |
Na primeira estatística repassada pela Polícia Militar, em setembro passado, o índice na capital potiguar apontava para um crescimento de 10% nos casos de homicídio. Na ocasião, os dados comparavam as mortes por assassinato ocorridas entre 1º de janeiro e 17 de setembro deste ano e o mesmo período de 2011.
Direitos Humanos
Marcos Dionísio Caldas, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, afirma que o número de assassinatos na capital é bem maior que o divulgado. De acordo com ele, o Conselho realizou um levantamento junto ao Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e constatou 308 homicídios ocorridos em Natal somente até 30 de setembro de 2012. A diferença se dá em razão de vítimas que morrem nos hospital dias após a ocorrência de atentados, o que não aparece na contabilidade da PM, que registra apenas os homicídios constatados ainda no local do crime.
"Nós acreditamos que Natal atingirá uma triste marca: 2012 será o ano mais violento, ultrapassando os 400 homicídios registrados em 2008", declarou o presidente do Conselho de Direitos Humanos do RN.
Homicídios em Mossoró, segundo a PM, no período de 1º de janeiro a 26 de novembro (2011 e 2012) | |||||||
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2011 | 2012 | Variação | |||||
156 | 94 | - 39,7% |
Ainda de acordo com Dionísio, o número de assassinatos pode ser atribuído à falta de políticas públicas para o lazer, saúde, habitação e educação que, na opinião dele, evitaram o crescimento da criminalização. "É desta forma policialesca que o Estado do Rio Grande do Norte e o Estado brasileiro tratam a segurança pública", criticou.
Marcos Dionísio também diz que a impunidade motiva o crime. "Falta investigação dos homicídios e com isso a identificação de seus responsáveis", pontuou. "Um indivíduo comete um assassinato e não recebe punição por isso. Ele se sentirá à vontade para cometer outro", afirmou Dionísio.
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